Resumo do Artigo O Estado da Arte da Comunicação Organizacional

 Por Gabriela Santos


No artigo “O Estado da Arte da Comunicação Organizacional” as pesquisadoras Rita Monteiro Mourão, Sandra Miranda e Gisela Gonçalves investigam os paradigmas da comunicação organizacional e identificam as principais características de cada. Os quatro paradigmas analisados são: o Positivista; o Interpretativo; o Crítico e o Dialógico.

O desenvolvimento dos estudos a respeito da comunicação organizacional são pautados através destes paradigmas que durante os anos se completam ou se contestam. No ensaio, as autoras discutem cada paradigma de acordo com a ordem cronológica das investigações sobre a comunicação.

Paradigma Positivista: O discurso dos estudos normativos

Ao tratar sobre o paradigma positivista, as autoras afirmam que ele encara as organizações como algo natural e aberto. Os estudos deste paradigma são marcados pelo “princípio da racionalidade” (Mumby & Stohl, 1996).

As pesquisas realizadas a partir do paradigma positivista, levam em conta as práticas convencionais e os determinantes metodológicos, considerando a cobertura de determinadas leis. Além disso, este paradigma é tendencialmente conhecido como funcionalista, porque utiliza a análise tradicional de variáveis, com vista a generalizações dos fenómenos observados (Deetz, 2001; Redding & Tompkins, 1988; Ruão, 1999; Wrench & Punyanunt-Carter, 2012).

Nele, a organização e a comunicação são vistas como uma estrutura concreta (Bouzon, 2013). Devido às limitações da abordagem o paradigma positivista entra em declínio. Isso ocorre pois suas observações eram influenciadas pela posição teórica do investigador, ao contrário da verdade absoluta defendida pelos positivistas. Ademais, o paradigma positivista é considerado pelas autoras como determinista, reducionista, preditivo e empírico.

Paradigma Interpretativo: O discurso dos estudos interpretativos

Já o paradigma interpretativo encara as organizações como simbólicas, estruturais e pluralistas. Para os pesquisadores interpretativos, a organização é um espaço social. Portanto, sua ênfase é na raiz social, em detrimento da visão econômica das atividades organizacionais, defendida no paradigma positivista.

O artigo discorre sobre as principais publicações do período relativo ao paradigma interpretativo. Entre elas, encontra-se o livro “The Social Psychology of Organizing” em que Karl Weick (1979) defende a ideia de que as organizações não podem existir sem que exista interação humana e, por isso, sem que exista comunicação.

Nesta época destaca-se, também, o crescimento das pesquisas e das premissas teóricas em comunicação organizacional, sendo a partir daí que a disciplina sofre um enriquecimento conceitual e metodológico. A abordagem interpretativa começa a ser alvo de críticas, por conta da intenção hegemônica de alguns processos comunicativos.

Paradigma Crítico: Discurso dos estudos críticos

 

O Paradigma Crítico tem como base a Escola de Frankfurt. Nele os investigadores encaram as organizações como contextos histórico-sociais, espaços de aspecto político e compostos por relações de poder (Deetz, 2001).

As questões centrais deste paradigma estão relacionadas às ideologias, as instituições, os interesses e as identidades. Os teóricos das perspectivas críticas pretendem examinar até que ponto essas questões estão de acordo com as relações de poder entre as organizações e os trabalhadores.

No artigo as autoras explicam as duas correntes associadas aos estudos críticos, sendo estas: a ideologia crítica e a ação comunicativa.

“A ideologia crítica surgiu com o autor Marx. Este autor verificou que existe uma coerção, relativamente a quem é o detentor do capital. Neste âmbito, sugere-se que os interesses específicos falham na sua concretização, uma vez que as pessoas não têm capacidade suficiente para perceber e agir, de acordo com os seus próprios interesses. Portanto, o que se pretende é banir a coerção e promover a adoção de processos sistêmicos. No caso da ação comunicativa, consideram-se os estudos sobre distorção comunicativa, do autor Habermas, realizados a partir dos anos 70. Segundo este autor, o ato comunicativo, para constituir-se eficaz terá de considerar não somente o indivíduo que ‘fala’, como também o indivíduo que ‘escuta’. Nesse âmbito são considerados quatro domínios da realidade: a linguagem, o mundo externo, as relações humanas e o mundo interno do indivíduo.” (MOURÃO; MIRANDA; GONÇALVES, 2016)

 

Paradigma Dialógico: Abordagem pós-moderna

O último paradigma é semelhante ao paradigma crítico, uma vez que tem em conta questões de assimetria e de poder no âmbito da comunicação organizacional. Porém, o Paradigma Dialógico destaca o papel dos processos micropolíticos, da fragmentação e da resistência (Deetz, 2001; Ruão, 2008).

O paradigma dialógico é considerado pelas autoras como mais radical do que o paradigma crítico. Isto ocorre pois ao contrário do crítico que veio demonstrar situações de domínio e de produção de oposição, ele pretende desmascarar e desconstruir mitos para abrir o leque de possibilidades de novos entendimentos e processos (Shockley-Zalabak, 2012).

Os 8 aspectos fundamentais sobre os quais se baseia o paradigma dialógico:

1.     A centralidade do discurso;

2.     A fragmentação de identidades;

3.     A crítica da filosofia da presença;

4.     Perda de fundações e das macro narrativas;

5.     A ligação entre o conhecimento e o poder;

6.     A hiper realidade;

7.     A investigação como algo resistente e indeterminado;

8.     Abertura das ciências sociais modernas.

Comentários

  1. Gabriela, a formatação do texto nos dificulta a leitura, veja se consegue arrumar.

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