O Maior se vai, o legado fica. Obrigado São Victor!
Porque não é fácil dizer adeus a um santo milagreiro. Um texto autoral em homenagem a Victor Leandro Bagy, maior goleiro da história do Clube Atlético Mineiro
Por: Cristiano Medeiros
Foto: Pedro Souza / AtléticoQual criança que nunca sonhou em ser um jogador de futebol e atuar pelo seu time de coração? Isto é o que muitas delas têm em mente no Brasil e pelo mundo afora. Para se tornar jogador é necessário muito empenho, dedicação, apoio de familiares, amigos e empresários, concentração, profissionalismo e paixão pelo esporte, todas essas características se somam a habilidade e o desempenho dentro dos campos.
A partir do momento que esta trajetória se inicia, ela passa relativamente rápido, em um nível de intensidade absurdo, e o legado que fica são as histórias para contar. A carreira de um jogador de futebol é curta se comparada com a carreira de outros profissionais, normalmente um atleta vive por 18, 20 anos como profissional e após esse tempo se aposenta.
Aposentadoria é uma palavra quase que proibida no meio do futebol, os jogadores evitam tocar nesse assunto, muitas vezes por ter que pensar nessa possibilidade. Justamente pela questão de querer se manter concentrado naquilo que mais gostam de fazer é doloroso imaginar e falar na tal despedida.
A palavra citada, foi pensada e repensada por Victor Leandro Bagy, agora um ex atleta de futebol, ou melhor, um ex goleiro e ídolo do Galo, clube por onde passou quase 10 anos de sua carreira como jogador e deixou um enorme legado, marcas que irão existir no coração de cada atleticano para sempre.
Victor, aos 38 anos, decidiu se ausentar da tarefa que exercia debaixo das traves, para agora cumprir um cargo no clube como gerente de futebol. O fato de estar ficando “velho” para o esporte foi o ponto que pesou mais forte nesta decisão, que chegou até milhões de atleticanos, com um sabor um tanto quanto diferente, um misto de realização e tristeza por estar deixando de assistir, vibrar e torcer por alguém que marcou tanta época.
Infelizmente, como mais um torcedor, não me preparei para isso, para escrever essas palavras e ter que me despedir do Maior Goleiro de toda a nossa história. Um exemplo de profissional dentro e fora de campo, um goleiro que chegou com o foco de marcar o seu nome na história e deixar o seu máximo pela torcida que lhe apoiava e conseguiu! Ultrapassou todos os outros goleiros que já haviam vestido essa camisa e por aqui hoje ele é único. Um santo, ou melhor, São Victor.
Para o atleticano tudo é mais intenso, mais sofrido, mais difícil e mais marcante. A história do clube, entre glórias e derrotas, fala por si só a respeito disso. Se me dissessem, com 7 ou 8 anos, quando eu sonhava em ser um jogador, e o clube não passava por uma boa fase, que um certo santo, defendendo um pênalti com o pé esquerdo aos 47 minutos e 57 segundos do segundo tempo de uma quartas de final de Libertadores, passaria por aqui e nos libertaria em troco da glória eterna, eu acharia que estavam mentindo para mim, era algo utópico, muito distante da realidade, um sonho.
E ele foi realizado, muito mais além do que eu imaginava, Victor veio para o meu clube de coração, fez mais de 400 partidas, recebeu inúmeros troféus individuais, foi convocado para disputar uma Copa do Mundo aqui no Brasil, me deu a Libertadores, e outros vários títulos de tamanha expressão que sempre escaparam pelos dedos do Atlético em sua história. Victor foi ímpar, assim como o número 1 que carregava em suas costas. Foi marcante por estar no time mais marcante de todos os tempos com a camisa preta e branca. Foi santo e ídolo máximo.
Os sonhos de infância de Victor se realizaram e por meio dos sonhos dele, outros tantos puderam sonhar e acreditar que algo melhor estava por vir.
Cristiano, lamento sua despedida. Só não entendi a relação desse acontecimento com a disciplina de Gestão da Comunicação
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