O capitalismo de plataforma e os algoritmos do Facebook - Por: Milena Souza
O filme “A Rede Social”, 2010, do diretor David Fincher, mostra a criação de um dos sites mais populares da história da internet: o Facebook. A criação do site surgiu de uma ideia do jovem Mark Zuckerberg, então estudante da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Na época, Mark era um jovem antissocial que passava a maior parte do seu tempo na frente do computador. Um fato curioso é que justamente esse tipo de pessoa costuma usar essas máquinas para desenvolver um enorme potencial e, na maioria dos casos, elas criam involuntariamente fenômenos instantâneos, como no caso as redes sociais. Com isso, elas podem expressar seus sentimentos e maneiras de ser dessa maneira, de forma anônima ou não. Ao assistir ao filme, podemos perceber que Mark Zuckerberg e seus amigos participaram da criação do Facebook, mas não estavam preparados para lidar com esse tipo de negócio, pois não imaginavam tamanha proporção que o site levou.
Atualmente, a plataforma não se trata apenas de um site de conversas. Pessoas do mundo todo conseguem publicar o que querem, conversar com qualquer indivíduo, comentar em diversas publicações, comprar coisas, anunciar, repostar, etc. Por conta disso, empresas aproveitam para se promoverem, publicando anúncios e divulgando sua marca.
A suposta liberdade que as plataformas dão aos seus usuários oculta uma nova forma de escravidão. Sempre que você acessa, algoritmos trabalham para que diferentes assuntos de seu interesse (ou não!) apareçam para você a qualquer momento. Em cada plataforma digital existe um algoritmo que pode gerenciar o trabalho e pode intervir e orientar o comportamento dos indivíduos envolvidos. Com isso, fortalece-se o capitalismo mais tradicional, o controle do processo de trabalho e a distribuição privada dos lucros.
O capitalismo de plataforma trata-se de um termo utilizado para designar um conjunto de plataformas que se representam como intermediários de comunicação técnica e esclarecem serviços e relações comerciais entre indivíduos ou instituições. Por outras palavras, refere-se a apresentar ao mercado a sua plataforma como intermediário técnico entre duas ou mais pessoas ou instituições, esclarecendo a prestação de serviços entre estes "utilizadores" da plataforma, sem assumir a sua própria responsabilidade pelo negócio e / ou as responsabilidades estruturadas por eles.
O Facebook utiliza do capitalismo de plataforma para transmitir a mensagem que a marca quer passar para seu público por meio dos algoritmos. Qualquer coisa que alguma empresa quer vender, uma ponte entre ela e o indivíduo é feita pelas plataformas, que anunciam a mensagem desejada. Assim, as plataformas crescem cada vez mais e, consequentemente, as empresas vendem mais.

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