Comunicação como ferramenta de impacto social no entretenimento

   

    A comunicação é sempre colocada como um simples meio, uma maneira de comunicar algo e levar uma mensagem para alguém, o que não está errado de modo algum, apesar de ser simplista. Primeiro, quero tratar aqui da comunicação organizacional, a comunicação feita por organizações, em todas as suas variações. A comunicação é vista muitas vezes como uma ferramenta com funções muito específicas e objetivos padrões, sejam eles vender mais ou melhorar a construção de marca de uma empresa.

    Esse leque de opções pode ser maior, e a comunicação pode ir além de ser apenas um meio. Podemos observar isso em alguns casos no meio do entretenimento, quando artistas levaram a sua música de uma maneira além do usual. O IBGE aponta que cerca de 5% da população brasileira é surda, atingindo o número de mais de 10 milhões de pessoas, um público enorme e que deve ser considerado. Muitos preconceitos e pensamentos populares podem levar ao entendimento de que a música não é algo a ser consumido por esse público, mas a verdade não passa por aí.

    Rodrigo Alarcón lançou o clipe do seu maior sucesso "Apesar de Querer" interpretando a música completa em libras, a língua brasileira de sinais, levando um conteúdo de maneira acessível para pessoas que não tem o costume de receberem olhares, principalmente quando o assunto é entretenimento. Rodrigo levou um impacto social com a sua comunicação, com a construção do clipe, com a música sendo interpretada por ele mesmo, e de maneira extremamente eficiente.

    Precisamos abrir a cabeça e entender que podemos fazer diferente com a comunicação, podemos pensar diferente ao abrir uma empresa, ao realizar um planejamento de marketing, ao escrever uma matéria para um jornal, entre outros momentos. Não é sobre ignorar capitalista, é sobre considerar que ele existe e atingir os objetivos da comunicação organizacional em torno dele, e ir além disso, transformar a comunicação produzida ali em uma ferramenta de impacto social.