Uma conversa sobre consultoria com Tatiane Gercy _ Por: Camila Machado


     Uma área muito promissora nos últimos anos tem sido a de consultorias. Profissionais de comunicação e marketing vêm auxiliando empresas e microempreendedores de diversos seguimentos a construírem sua imagem e seu nome no mercado.  A criadora da ‘Consultoria TG’ Tatiane Gercy, 32 anos, contou um pouco de sua experiência nesse ramo da consultoria e como funciona exatamente esse processo. Tatiane é formada em Design de Moda e tem um MBA em marketing e comunicação de moda pelo Instituto Europeu de Design (IED), e conta que a ideia de montar sua própria consultoria veio em um momento de crise. Já estando a mais de 18 meses desempregada e se mantendo apenas com alguns trabalhos freelances ela decidiu ir contra a ideia de que “para se ter uma consultoria tem que primeiro ter nome no mercado”. Ela passou a entender a consultoria como o que ela realmente é: um trabalho para auxiliar as pessoas na construção de seus projetos por meio da troca de conhecimentos. E percebeu que já fazia consultoria nos seus trabalhos freelances sem nem mesmo perceber. Ela diz que a Consultoria TG veio para oficializar todo esse trabalho que ela já vinha realizando. “Eu tenho mais ou menos dois anos e meio de consultoria e o nosso foco é auxiliar pequenas empresas, marcas e confecções a profissionalizarem o seu negócio e a entenderem que moda vai muito além do vestuário. Moda é um negócio que exige técnica e estudo para que você consiga aprimorar 100% dos processos dentro de uma empresa”, conta Tatiane. Além disso, a Consultoria TG também faz toda a parte de marketing e social media das empresas que ela auxilia.

    Tatiane que antes trabalhava como estilista e fazendo pesquisas de moda, hoje planeja e estrutura as melhores estratégias possíveis para que os lançamentos das empresas que ela auxilia alcancem bons resultados. Para tanto, Tatiane conta com algumas frentes de trabalho que são divididas em pesquisa, design e marketing. “Na parte de pesquisa eu ofereço pesquisa de moda, de mercado e moda internacional, tenho uma pessoa que viaja e faz essas pesquisas para as marcas. No design nós fazemos o desenvolvimento da coleção e o mix de produto com base nas pesquisas realizadas, desenvolvendo produtos que estejam ligados ao  público que tenha uma identidade com a marca. E a parte de marketing nós fazemos desde o desenvolvimento da identidade da marca, a parte de branding e definição de persona, até a parte de consultoria estratégica, na qual a gente define as estratégias semestrais e anuais da marca. Também fazemos o gerenciamento social media, organizamos ‘castings’ com modelo e cuidamos das questões relacionadas a produção de moda, indicando os profissionais necessários e onde os catálogos deverão ser fotografados para que passem o sentido que  marca quer passar”, conta.


        Um dos diferenciais da consultoria da Tatiane é de longe o fato dela ser especializada em moda, a parte de comunicação em moda como um todo é muito peculiar. É preciso ter sempre em mente que um branding mal construído pode prejudicar o planejamento de toda uma coleção. Se a comunicação de uma marca não é bem feita dificilmente ela se destacará no mercado, “a coleção pode ser maravilhosa, mas se o marketing e a comunicação não estiverem alinhados, não vende”. Tatiane chama a atenção para um dos principais erros cometidos por muitas marcas de moda, mas que também se mostra presente em outros segmentos: a cópia. “O maior erro de uma confecção que começa a fazer marketing de moda é querer copiar outra marca, tanto em questão de produto quanto em questão da comunicação. Hoje, a maior parte das confecções faz desse jeito, porque ainda existe uma cultura muito enraizada na moda de que ‘nada se cria, tudo se copia’, mas nós vamos contra isso. Buscamos olhar para dentro de casa e fazer entender que público é esse que conhece a marca ou o público que queremos atingir e então fazermos uma comunicação em cima disso”, fala.  

        Tatiane falou ainda da importância de se diferenciar, principalmente as marcas pequenas. O desafio é fazer com que a marca olhe para dentro e veja o que ela tem de bom e ressaltar isso, fazendo com que isso se torne um diferencial. Mas, é importante considerar o que a marca já conquistou até ali, sem fazer uma mudança brusca e agressiva na sua comunicação. “Também precisamos pensar a pluralidade cultural brasileira quando, por exemplo, fazemos uma pesquisa de moda internacional com marcas europeias. É preciso muito mais que traduzir tendências, precisamos adaptá-las as necessidades do público daquela marca, considerando todos os aspectos regionais e sociais”, finaliza Tatiane.



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