Sapiens - Uma Breve História da Humanidade - Análise do capítulo "A lenda da Peugeot"

 


Por Guilherme Gomes Noronha

A lenda da Peugeot

    Neste capítulo, Yuval Harari discorre sobre a ideia de "Ordem Imaginada" em uma organização específica, que foi trazida para a montadora francesa de carros Peugeot. 

    Como citado durante o livro, após a Revolução Cognitiva, a fofoca (termo atribuído pelo autor) ajudou o Homo Sapiens a formar bandos cada vez maiores e estáveis. Apesar disso, esse método tem um esgotamento medido em cerca de 150 indivíduos. Quando esse limite é transpassado, faz-se necessário que mitos sejam compartilhados pelo imaginário coletivo das pessoas. Assim como ocorre na religião, os conceitos de patriotismo, sistema judicial e toda instituição funcionam exatamente da mesma forma, construindo-se no imaginário coletivo de um grupo de pessoas.



    O autor nos conta a lenda da Peugeot, onde nos questiona como poderíamos afirmar que a empresa realmente existe. Apesar dos milhões de veículos produzidos e dos milhares de funcionários, a Peugeot é um exemplo de um produto da imaginação coletiva. Ela existe como entidade jurídica. Em suma, a Peugeot poderia deixar de existir com ordem de dissolução, porém seus acionistas, suas fábricas e funcionários continuariam existindo, agora através de outro meio jurídico. 

    Esta é tida pelo autor como uma das invenções mais engenhosas da humanidade, as chamadas empresas de responsabilidade limitada. Esta invenção teve enormes dificuldades em sua concepção, ao tornar a responsabilidade parte da organização e não do indivíduo. A criação dessa ordem imaginada deu capacidade a humanidade de milhões de estranhos cooperarem para com um objetivo comum. 

    Por fim, no capítulo, o autor ressalta que uma ordem imaginada nada tem em relação a uma mentira. Como citado, "uma realidade imaginada é algo em que todo mundo acredita e, enquanto essa crença partilhada persiste, a realidade imaginada exerce influência no mundo.". Desde a Revolução Cognitiva convivemos com a realidade objetiva (rios, animais) e com a realidade imaginada (nações, corporações) de tal forma que a realidade imaginada passou a exercer mais poder sobre a objetiva.


Referência:

HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da humanidade. L&PM, 2015.


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