V Colóquio Latino Americano de Ciências da Comunicação- INTERCOM
Talita Brandão
Nos dias 01/12/20 a 10/12/20 foi realizado o 43° Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação- INTERCOM 2020, com o tema “Um mundo e muitas vozes: da utopia à distopia''. Devido ao contexto pandêmico esta edição do maior congresso de comunicação do país foi na modalidade virtual, e contou com 18 salas para Grupos de Pesquisa, Minicursos e oficinas, além de apresentações de trabalhos, entregas de prêmios e colóquios.
Entre as programações encontrou-se o V Colóquio Latino Americano de Ciências da Comunicação, com a mediação da Professora Roseli Fígaro, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo (USP). O tema da primeira mesa do Colóquio foi “Os rumos da comunicação na América Latina no contexto digital: caminhos e descaminhos de uma área do conhecimento”.
Para discutir esta questão o primeiro palestrante com a palavra foi o Professor Dr. Raúl Fuentes Navarro da Universidad Jesuita de Guadalajara (ITESO - México). Em um primeiro momento, o pesquisador faz uma relação entre as antigas condições da comunicação latino-americanas e o cenário atual, com o apoio do texto “Memoria de Un Sueño Desvanecido Antes y Despues de este Gran Pausa” no qual se reflete sobre as condições das pesquisas em comunicação no México e suas falhas, como a dependência dos estudos estrangeiros nas pesquisas mexicanos e a falta de investimento financeiro.
Em sua fala o investigador afirma que no contexto sócio comunicacional de 2020, no qual há a expansão dos meios de comunicação pelo avanço tecnológico, é cada vez mais claro que este crescimento não resulta na democratização. Ademais o Docente aponta a responsabilidade das pesquisas universitárias de interpretar e intervir nesse sistema.
Edgard Rebouças, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Diretor de Relações Internacionais da Intercom continuou o diálogo acrescentando como a América Latina tem o potencial de ser referência e laboratório para uma (nova) NOMIC. Assim, o pesquisador expôs as circunstâncias da “Comissão Internacional para Estudos dos Problemas da Comunicação” e sua influência Latina devido a participação de diversos intelectuais latino-americanos e o início da investigação proveniente dos problemas do então “Terceiro Mundo”.
Após 40 anos do Relatório MacBride, Edgar Rebouças evidencia o valor da colaboração latino-americana na realização de uma nova NOMIC por conta do cenário que a comunicação é estabelecida nesses países; em um contexto que ainda apresenta diversas desigualdades tecnológica, política, econômica, educativa, cultural e social. Finalizando sua contribuição o Diretor de Relações Internacionais da Intercom declarou “Não podemos renunciar às utopias”.
Em seguida o Professor Erick Torrico da Universidad Católica Boliviana San Pablo (UCB – Bolívia) explanou um panorama do estudo de comunicação digital que acontecem na América Latina e seu desenvolvimento, no qual o número de investigação têm se multiplicado de forma geométrica nessa temática. Entre os resultados das principais pesquisas na Comunicação Digital observa-se que de 629 milhões de habitantes na américa latina, 55% estão conectados à internet, 54% tem acesso a televisão paga e 47% usam smartphones. Os países mais ativos nos meios digitais são México, Brasil e Argentina.
Nestes estudos Torrico classifica três posições dos pesquisadores da Comunicação Digital: os Otimistas, os Críticos Moderados e os Descritivistas. Os principais temas de investigação para os Tecnófilos e Descritivistas são a integração entre novos e velhos meios, o governo democrático e os meios eletrônicos, a relação entre as tecnologias da comunicação e a comunicação, o mundo do trabalho, consumo cultural nas redes sociais entre outros. Na Crítica Moderada, as investigações são focadas na conectividade e os vínculos com os buracos sociais, os desequilíbrios tecnológicos entre os países e dentro dos países, e os novos processos de acumulação de capital.
A mesa foi finalizada com Dr. Gustavo Cimadevilla da Universidad Nacional de Río Cuarto (UNRC – Argentina), ainda que com problemas na conexão com internet, a fala do professor abordou as utopias e a necessidade de questionar o cenário atual e os avanços na comunicação. A falta de investimento nas pesquisas também foi discutida pelo professor. Após as indagações de Gustavo Cimadevilla foi realizado um debate de acordo com perguntas sobre as exposições de cada palestrante. Os questionamentos foram realizados pelos participantes do Colóquio.


Que beleza. Não pude acompanhar o evento e me inteirei com seu relato.
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