Cultura da Conexão - Por: Paola Morato

Cultura da Conexão

Criando valor e significado por meio da mídia propagável

 

Tudo aquilo que não se propaga, morre. E com base nisso, Henry Jenkins, Joshua Green e Sam Ford abordam a transição e futuro do universo da comunicação, com uma análise que reflete a realidade, remodelando o nosso entendimento da mídia social digital como um canal de comunicação.

O livro é dividido em 7 capítulos, são eles:

- Onde a Web 2.0 deu errado

- A reavaliação do residual (Com o uso do termo difundido de Raymond Willians)

- O valor do engajamento da mídia

- O que constitui uma participação significativa?

- Delineamentos para a propagabilidade

- Cultivando apoiadores para a mídia independente

- Pensar transnacionalmente

 A obra possui 403 páginas e é recomendado pelos próprios autores a três tipos de públicos: aos estudiosos de mídia, profissionais de comunicação e ao “internauta” como consumidor e propagador de produtos midiáticos.

Na introdução temos aspectos da circulação, que “diz respeito a tornar os membros desse público receptáculos para conteúdos produzidos em massa e distribuídos em massa” (p23). Todavia, na realidade essa definição se trata da distribuição, onde os movimentos dos conteúdos de mídia são controlados pelos interesses comerciais que os produzem e vendem.

A mudança de distribuição para circulação sinalizou o encaminhamento para um modelo mais participativo de cultura, no qual o público se encontra diretamente ligado ao processo “moldando, compartilhando, reconfigurando e remixando conteúdos de mídia de maneiras que não poderiam ter sido imaginadas antes.” (p24). Além da presença nítida do público nos fluxos de mídia, surgiu uma variedade de novas tecnologias e ferramentas de comunicação on-line, que desempenham um papel crucial na viabilização das mudanças apresentadas pelos autores.

Percebemos a tensão apresentada no livro entre empresas, produtores, fãs e usuários da Web 2.0, assim como a opinião dos autores sobre esses conflitos, onde eles apontam que os usuários e fãs são “potenciais divulgadores da produção midiática em massa” e não “usuários piratas”.

O livro apresenta o termo “propagabilidade” com centralidade, se referindo aos recursos técnicos que facilitam a circulação de um conteúdo, analisando o seu poder de difusão, utilizando o vídeo da primeira apresentação de Susan Boyle no programa Britain’s Got Talent, que se tornou viral. Os autores inclusive não gostam desse termo, “Viral”, por remeter a um vírus, assemelhando a propagabilidade a uma imagem ruim.

Por fim, o livro nos “presenteia” com um debate a respeito da democratização dos conteúdos digitais além de reflexões a partir da Web 2.0 e sua difusão ideológica. Além de extremamente informativo, é uma obra muito esclarecedora e que nos faz reconhecer que somos parte disso, porque vivemos em um mundo propagável.

 

 

Comentários