The Bold Type
A Comunicação institucional versus a comunicação mercadológica
The
Bold Type é uma série completa e pode te encantar pelos tramas românticos, pelo
ambiente nova-iorquino e pela amizade sincera entre as protagonistas. Mas além
de todos os aspectos que tornam está série uma comédia romântica perfeita, as
dinâmicas dentro da redação da revista Scarlet também são extremamente ricas e
acionam uma reflexão importante sobre as contradições do jornalismo entre
anunciar as informações que são do interesse para a sociedade versus aquelas
matérias que são do interesse comercial dos investidores da revista.
Na série, a revista encontra-se passando por um processo de mudança de valores ao incluírem reportagens que evocam o discursos de movimentos sociais e principalmente condicionam as mulheres como protagonistas, como o apoio a campanha #Metoo, contra o assédio no ambiente de trabalho, e a divulgação da importância do exame de mama. Deixando de lado o discurso do corpo ideal ou as matérias resumidas em dicas para emagrecimento, temas geralmente abordados nas antigas revistas femininas. Neste contexto, a editora-chefe e os jornalistas da redação entram em um embate com os corporativistas da Scarlet, isso é evocado quando por exemplo, marcas de cosméticos ameaçam romper o contrato com a revista por conta da quebra de paradigmas sobre o corpo ideal que a Skarlet aborda em uma de suas edições.
Ao
se posicionarem diante do público como progressistas, porém perpetuarem
contratos e comportamentos conservadores, a revista em muitos momentos perde a
credibilidade para seus consumidores. Além disso, os repórteres da revista
também diminuem o interesse em continuar na redação pelos conflitos éticos
dentro da organização.
É
possível tirar deste embate ensinamentos sobre as dinâmicas organizacionais e a
necessidade da integração entre a comunicação mercadológica, a comunicação
institucional e a administrativa. Assim como na empresa de comunicação a falta
de diálogo, transparência e posicionamento gerou consequências para o lucro, em
diversos tipos de empreendimentos isso pode prejudicar o sucesso na
organização.
No restante, para a manutenção da Scarlet, a editora-chefe Jacqueline Carlyle
(Melora Hardin) e os membros do conselho administrativo deveriam se dedicar a leitura
dos textos Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada, da
Margarida Kunsch e Comunicação Empresarial e Processo de Gestão, do Wilson
Bueno.
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